Renúncia marca um novo capítulo na crise administrativa que envolve a instituição
Foto: Pedro H. Lopes
Renúncia marca um novo capítulo na crise administrativa que envolve a instituição

A Mesa Diretiva da Irmandade da Santa Casa de Vinhedo protocolou, nesta segunda-feira (11), durante a 24ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal, uma renúncia coletiva aos cargos que ocupavam no mandato 2023-2026. O documento, encaminhado pelo vereador Rodrigo Luglio (MDB) ao presidente da Casa, Márcio Melle (PSD), foi lido em plenário e marca um novo capítulo na crise administrativa que envolve a instituição, atualmente sob intervenção da Prefeitura de Vinhedo.

De acordo com o documento assinado pelos membros da Mesa Administrativa, a decisão é motivada pelo Decreto Municipal nº 198, de 26 de junho de 2025, que determinou a intervenção administrativa na Irmandade, apontando “sérias deficiências administrativas, financeiras e operacionais que comprometem a prestação dos serviços essenciais de saúde à população”.

Além disso, a renúncia se fundamenta em constatações da Comissão de Acompanhamento da Intervenção que indicaram falhas estruturais e a necessidade de profunda reorganização institucional para resguardar o interesse público.

O vereador Rodrigo Luglio, presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara e autor do convite feito ao então provedor da Santa Casa, Julliano Gasparini, para prestar esclarecimentos, destacou a importância do documento para o acompanhamento do processo.

“Apesar do convite formal, o provedor confirmou presença e depois desistiu de comparecer, até o momento sem prestar esclarecimentos à Câmara”, afirmou Luglio.

Em contrapartida, Julliano Gasparini afirmou que não houve renúncia coletiva da Mesa Diretiva. “Eu, o vice e os suplentes continuamos à frente da instituição. Essa é a posição que posso informar por enquanto”, declarou.

Intervenção e economia

A intervenção da Prefeitura, iniciada há cerca de um mês, visa reorganizar a gestão da Santa Casa, que enfrenta grave crise financeira e administrativa, com um déficit acumulado estimado em R$ 300 milhões, fruto, segundo Gasparini, de empréstimos milionários feitos pela própria administração atual.

A prefeitura destaca que as ações de reestruturação já resultaram em uma economia de aproximadamente R$ 800 mil no período, por meio da revisão de contratos, redução de custos e reorganização dos serviços, sem prejuízos à qualidade do atendimento.

Entre as melhorias implementadas no primeiro mês de intervenção estão a criação da Sala da Família, o novo protocolo para colonoscopias em pacientes idosos, a reforma da cozinha do hospital e a ampliação da faixa etária do pronto-socorro pediátrico, que agora atende crianças de até 15 anos, 11 meses e 29 dias.


Economizar em saúde é deixar de salvar vidas

No entanto, segundo Gasparini, a redução dos custos incluiu cortes na carga horária médica, diminuição de cirurgias em 50% e restrições em exames para a população, medidas que ele considera prejudiciais ao atendimento e reflexo da crise gerada pela atual gestão.

A vice-prefeita Cris Mazon, nomeada interventora da Santa Casa, coordena o processo de reestruturação com foco na sustentabilidade financeira e continuidade dos serviços essenciais.

“Estamos comprometidos em oferecer atendimento de qualidade à população, restabelecendo o equilíbrio financeiro da instituição”, ressaltou.

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