
A Motiva, empresa de infraestrutura de mobilidade do Brasil, responsável pela concessionária AutoBAn, tornou-se a primeira companhia do setor na América do Sul a aderir oficialmente ao Taskforce on Nature-related Financial Disclosures (TNFD). A iniciativa internacional propõe padrões para que empresas reportem riscos e oportunidades relacionados à preservação da natureza e da biodiversidade, alinhando-se às diretrizes do G20 e da Organização das Nações Unidas (ONU).
A formalização da adesão ocorreu no dia 4 de julho, durante evento na sede da Motiva, com presença do CEO do TNFD, Tony Goldner, além de representantes da Itaúsa, do CEBDS (Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável) e de executivos da companhia.
O encontro discutiu os desafios e as oportunidades da adesão ao TNFD e às novas normas de divulgação de sustentabilidade previstas pelo IFRS.
Biodiversidade como eixo estratégico
Com a adesão, a Motiva se compromete a mapear riscos e oportunidades ambientais e divulgar periodicamente essas informações ao mercado, subsidiando a construção de planos concretos de mitigação e conservação da natureza nas regiões em que atua.
Entre os projetos previstos estão ações de gestão de fauna, reflorestamento e soluções baseadas na natureza.
“Estamos contribuindo para uma nova economia da natureza no Brasil, ao mensurar riscos, mapear oportunidades e implementar planos concretos de ação”, afirmou Pedro Sutter, vice-presidente de Sustentabilidade, Riscos e Compliance da Motiva.
Segundo ele, a adesão ao TNFD integra o pilar “Redução do Risco Climático e da Pegada Ambiental”, parte da estratégia de longo prazo conhecida como Ambição 2035.
Antes da formalização, a empresa já vinha aplicando a metodologia do TNFD em seus ativos rodoviários. Um estudo técnico está em fase final para avaliar os mais de 4 mil quilômetros de vias sob concessão da Motiva em seis estados brasileiros: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul. O levantamento deve orientar os planos de mitigação e será expandido para outras operações ainda este ano.
Resultados concretos e metas ambientais
A Motiva também criou um Grupo de Trabalho em Biodiversidade e desenvolve metas e indicadores específicos (KPIs) para monitorar avanços. A adesão ao TNFD dialoga com compromissos já assumidos pela companhia, como o No Net Loss, que busca zerar ou superar os impactos sobre os ecossistemas.
Nos últimos três anos, a empresa também avançou na agenda climática, sendo signatária da Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD).
Em 2024, alcançou marcos como:
- 100% do consumo de energia elétrica oriundo de fontes renováveis;
- 92,4% de uso de biocombustível na frota leve;
- Compra de 67 mil toneladas de créditos de carbono, neutralizando 9,4% das emissões do escopo 1;
Lançamento da estratégia de resiliência climática para ativos críticos.
Com a nova adesão, a Motiva adota uma abordagem integrada de sustentabilidade, consolidando-se como referência na transição ecológica do setor de infraestrutura e preparando-se para as exigências futuras de reporte climático e ambiental.