Provas são divididas em quatro áreas do conhecimento
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Provas são divididas em quatro áreas do conhecimento

O clima de reta final para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2025 já toma conta de milhões de estudantes em todo o Brasil. A prova, que registrou recorde de 4,8 milhões de inscritos confirmados, segundo o portal Gov.br, segue como uma das principais portas de entrada para universidades públicas e privadas no país, além de permitir acesso a bolsas, financiamentos estudantis e até oportunidades em instituições de ensino superior no exterior, especialmente em Portugal.

As provas serão aplicadas nos dias 9 e 16 de novembro de 2025. Em cidades do Pará — Belém, Ananindeua e Marituba — haverá datas específicas: 30 de novembro e 7 de dezembro, segundo o cronograma oficial.

Alterações no modelo de prova

As provas continuam divididas em quatro áreas do conhecimento — Linguagens, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Matemática —, mas a matriz de habilidades foi reformulada.

Temas como sustentabilidade, equidade social, diversidade cultural, tecnologia e questões contemporâneas ganham mais destaque.

Outro ponto de atenção é o aumento da interdisciplinaridade. Questões que exigem a conexão entre diferentes áreas do saber passam a ter mais peso, sobretudo em Ciências da Natureza e Humanas.

Além disso, a edição de 2025 ampliará a aplicação digital do exame, o que representa avanço em acessibilidade, mas também exige dos candidatos adaptação ao tempo de leitura e resposta em novo formato.

Redação mais criteriosa

A redação mantém as cinco competências avaliadas, cada uma valendo 200 pontos, totalizando mil. No entanto, o Cebraspe endureceu as regras quanto ao uso dos chamados “repertórios de bolso”.

A professora Ana Paula Otrenti, especialista em Teorias Linguísticas e Ensino pela Unesp e integrante da Formação Avançada de Professores ENEM Pro (FAPEP), alerta que “não basta decorar repertórios, é preciso utilizá-los de forma produtiva, conectando-os diretamente ao tema”.

Erros de desenvolvimento textual, como abandono argumentativo ou circularidade, podem custar até 120 pontos na competência 3, que avalia a interpretação e relação entre ideias, fatos e opiniões.


Além disso, haverá maior rigor na gramática, inversões sintáticas, coesão e coerência. A proposta de intervenção também deve apresentar ação, agente, modo, meio, finalidade e detalhamento do efeito, vinculados ao problema abordado.

“Não basta mais apenas escrever um texto organizado. É necessário mostrar capacidade de reflexão, domínio da norma culta e propor encaminhamentos viáveis, respeitando os direitos humanos”, explica a professora.

Preparação e equilíbrio emocional

Para enfrentar o novo modelo, especialistas recomendam atenção ao edital, prática de redações com base em edições anteriores e leitura constante de temas sociais, culturais, tecnológicos, ambientais e de saúde. Simulados e provas passadas continuam sendo aliados importantes.

Além do conteúdo, o aspecto emocional ganha destaque. “Muitos estudantes chegam a essa fase com alto nível de ansiedade. É essencial trabalhar o lado emocional, aprender a lidar com a pressão e adotar uma rotina de estudos saudável. Estudar com qualidade é mais importante do que estudar em excesso”, reforça Ana Paula.

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