Campanha destaca a importância do diálogo
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Campanha destaca a importância do diálogo

Setembro chegou com a cor amarela estampando prédios e monumentos em todo o Brasil. A mobilização, criada em 2015, marca a campanha nacional de prevenção ao suicídio . Em 2025, o tema central é “ Conversar pode mudar vidas ”, destacando a importância do diálogo e do cuidado com a saúde mental.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos. No Brasil, a média é de 14 mil mortes anuais.

Apenas no estado de São Paulo, de acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2022 os registros ultrapassam 3 mil casos por ano, o que reforça a urgência da pauta.

O olhar da psicologia sobre o suicídio

Para a professora Roseli Filizatti, coordenadora do curso de Psicologia do Centro Universitário Unimetrocamp Wyden, falar sobre o tema é essencial.

“A psicologia entende que o sofrimento psíquico intenso pode levar a pessoa a acreditar que não há saída. Por isso, quando abrimos espaço para a escuta e oferecemos apoio, ampliamos as possibilidades de cuidado e de ressignificação da vida.”

O suicídio é reconhecido como um fenômeno multifatorial, resultado de aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Entre os principais fatores de risco estão transtornos mentais, abuso de substâncias, histórico de tentativas anteriores, situações de violência e dificuldades econômicas.

“Embora fatores de risco existam, eles não determinam o comportamento suicida. A rede de apoio, o acompanhamento psicológico e o acesso a serviços de saúde mental são recursos protetivos que podem salvar vidas”, completou a especialista.

Sinais de alerta e como buscar ajuda

Entre os principais sinais de alerta estão isolamento repentino, alterações no sono e no apetite, perda de interesse por atividades prazerosas, expressões de desesperança e comentários sobre morte.


“Identificar os sinais é um passo importante, mas o mais essencial é não minimizar o sofrimento do outro. Escutar sem julgamentos e encaminhar para ajuda especializada são gestos que podem fazer toda a diferença”, reforça Roseli.

As formas de buscar apoio incluem atendimento psicológico ou psiquiátrico, diálogo com pessoas de confiança e contato com serviços especializados.

CVV (Centro de Valorização da Vida) atende gratuitamente pelo telefone 188, 24 horas por dia. Em casos de risco iminente, o indicado é acionar o SAMU (192) ou outros serviços de emergência.

Para Roseli, o Setembro Amarelo é um chamado coletivo. “A prevenção ao suicídio começa quando enxergamos a saúde mental como parte essencial da vida. É preciso ensinar, desde cedo, que pedir ajuda é sinal de força e que todos nós podemos ser agentes de apoio na vida de alguém.”

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