
A inteligência artificial (IA) vem movimentando debates sobre o futuro do trabalho e dos negócios, especialmente no marketing digital, onde é apontada como ferramenta transformadora da comunicação entre marcas e consumidores . Mas, diante do entusiasmo, surgem dúvidas: o que já é realidade e o que ainda pertence ao campo das promessas?
Segundo o especialista em marketing Ruan Cabrera, é preciso cautela. “É inegável que a IA generativa trouxe avanços, especialmente na automação de tarefas repetitivas e na aceleração de processos criativos. Porém, ainda há muito exagero sobre o que ela realmente pode entregar em termos de estratégia e resultados consistentes”, afirma.
Aplicações já consolidadas
Atualmente, a IA se mostra consolidada em áreas como segmentação de público, personalização de campanhas e otimização de anúncios pagos. Ferramentas de machine learning identificam padrões de comportamento e sugerem alocações mais eficientes de orçamento.
“Esse é um ponto em que a IA já mostra valor concreto: economiza tempo e reduz desperdício, especialmente em campanhas de performance”, explica Cabrera.
Na produção de conteúdo, a tecnologia auxilia na elaboração de textos, geração de imagens e variações de anúncios. No entanto, ainda exige curadoria.
“As ferramentas entregam agilidade, mas não substituem a visão criativa e a sensibilidade cultural necessárias para conectar uma marca ao seu público”, ressalta.
O que ainda é promessa
Entre as expectativas ainda distantes estão a substituição total da criação humana e a autonomia estratégica.
“Muitos acreditam que a IA planejará campanhas do zero sozinha, mas isso ainda é futurista. Hoje, o uso mais responsável é como copiloto, não como piloto da estratégia”, analisa Cabrera.
Para o especialista, o futuro próximo está na integração equilibrada da IA ao fluxo de trabalho.
“O profissional que souber usar a tecnologia como aliada terá vantagem competitiva. Mas acreditar que ela resolverá todos os problemas sozinha é uma armadilha que pode custar caro às empresas”, conclui.
O debate revela que a IA já oferece ganhos práticos ao marketing, mas a essência da comunicação permanece humana.
Conectar marcas e pessoas ainda exige criatividade, sensibilidade e contexto — atributos que nenhuma máquina é capaz de substituir integralmente.