Tragédia aérea completou um ano no dia 9 de agosto
Foto: Pedro H. Lopes
Tragédia aérea completou um ano no dia 9 de agosto

A comissão externa da Câmara dos Deputados criada para acompanhar as investigações do acidente da Voepass aprovou, nesta quarta-feira (13), um relatório que aponta falhas graves na manutenção de aeronaves da empresa e atuação considerada “hesitante” da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). O documento cita a prática de “canibalização” — reaproveitamento de peças de um avião para consertar outro — e condições precárias nas aeronaves.

O acidente ocorreu em agosto de 2024, quando um voo da Voepass que partiu de Cascavel (PR) caiu em Vinhedo, no interior paulista, matando todas as 62 pessoas a bordo.

Indícios e críticas

O relatório, elaborado pelo deputado Nelsinho Padovani (União-PR), aponta que o mau tempo foi um dos fatores que contribuíram para o acidente, mas não o único.

Segundo o parecer, há elementos que indicam falha no sistema de degelo e suspeita de que a documentação de manutenção não condizia com a realidade encontrada.

O texto também afirma que a ANAC não fiscalizou a empresa “com o devido rigor” e que problemas estruturais vinham de longa data. “Não é crível que essa empresa tenha chegado à situação que levou ao cancelamento do seu Certificado de Operador Aéreo somente após essa ocorrência”, escreveu Padovani.


Propostas legislativas

O relatório sugere dois projetos de lei: um para criar um regime especial de fiscalização da Anac em empresas com falhas recorrentes de segurança e outro para instituir um Comitê de Cooperação entre órgãos públicos e privados para atendimento a vítimas e familiares de acidentes aéreos.

Posicionamento da Voepass

Em nota, a Voepass afirmou que o acidente foi o episódio mais triste de sua história e que tem como prioridade o apoio às famílias das vítimas, com as indenizações em estágio avançado.

A empresa destacou que a investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) é complexa e ainda está em andamento, e reiterou que o relatório preliminar confirmou que a aeronave estava com o Certificado de Aeronavegabilidade válido e todos os sistemas em funcionamento no momento do voo.

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