
A terceira audiência pública da Revisão do Plano Diretor Participativo de Vinhedo (RPDPV) foi realizada na noite de quarta-feira (13), na Câmara dos Vereadores e reuniu moradores, especialistas e representantes do poder público para discutir o futuro da cidade. A apresentação do Diagnóstico Consolidado ficou a cargo da arquiteta urbanista Caroline Mello, da Geo Brasilis Consultoria, empresa contratada para acompanhar tecnicamente a revisão.
O Plano Diretor de Vinhedo, em vigor desde 2007, passa por atualização após oito anos sem revisão. O objetivo é planejar os próximos 10 anos da cidade, considerando crescimento populacional, vocação turística, meio ambiente e governança.
Estima-se que Vinhedo alcance 87 mil habitantes até 2035, uma expansão de quase 15%, exigindo planejamento estratégico para atender às demandas da população.
Eixos prioritários e participação social
Ao longo do processo, foram realizadas 24 oficinas comunitárias, com 488 participações distribuídas pelos quatro setores da cidade: Setor 1 (223), Setor 2 (96), Setor 3 (91) e Setor 4 (78). Nessas oficinas, os participantes discutiram seis eixos centrais:
- Planejamento Urbano e Ambiental;
- Patrimônio Histórico;
- Habitação Popular e Inclusão Social;
- Recursos Hídricos, Sustentabilidade e Recuperação de Mananciais e Saneamento;
- Economia Sustentável, Polo Tecnológico e Diversificação de Cadeias Econômicas;
- Turismo e Identidade Regional.
Além das oficinas, também foram realizadas reuniões nos Conselhos Municipais de Política Urbana (CMPU) e de Meio Ambiente (Condema), assim como três audiências públicas. O objetivo é consolidar um diagnóstico técnico detalhado, garantindo ampla participação da sociedade.
Desafios ambientais e urbanísticos
O diagnóstico aponta que 17% do território é formado por áreas florestais, com nascentes ameaçadas por poluição e expansão urbana. Entre os desafios estão fiscalização ambiental, aplicação de penalidades, recuperação de rios poluídos e criação de um fundo para proteção de mananciais. A coleta seletiva e a implementação de ecopontos também foram apontadas como lacunas importantes.
Durante a audiência, moradores destacaram questões como plantio de árvores, valorização do patrimônio ambiental e histórico, combate à poluição e controle da expansão industrial e imobiliária. Também ressaltaram a importância da participação popular no processo de revisão do Plano Diretor.

Entre as prioridades citadas, estiveram mobilidade urbana, planejamento ambiental, saneamento básico, educação, saúde, cultura, esporte, segurança e qualificação da mão de obra.
Foram sugeridas parcerias público-privadas (PPP) para impulsionar o desenvolvimento econômico sustentável e fortalecer o turismo, tanto no segmento ecológico quanto no de negócios.
Outro ponto debatido foi o manejo de vazios urbanos e as mudanças de zoneamento, apontadas por especialistas como irreversíveis e que, por isso, exigem planejamento estratégico criterioso.
A construção de uma economia sustentável e socialmente justa, aliada ao urbanismo e à proteção ambiental, também foi apresentada como eixo fundamental para garantir o crescimento equilibrado de Vinhedo nos próximos anos.
Próximos passos
Com a finalização da terceira etapa, o processo avançará para reuniões técnicas de apresentação, discussão e validação das propostas junto à equipe municipal e ao grupo de acompanhamento.
Isso permitirá ajustes antes da formulação definitiva do novo Plano Diretor, que também contempla legislação complementar, como o Código Ambiental, Código de Obras e Posturas e a Lei de Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo.
O Plano Diretor é a principal ferramenta de planejamento urbano do município, orientando crescimento, uso do solo, áreas de preservação ambiental, mobilidade, habitação e serviços públicos.
A revisão busca garantir um planejamento urbano sustentável, eficiente e alinhado às necessidades da população, consolidando Vinhedo como referência em desenvolvimento equilibrado e participação social.