Após seis dias do acidente aéreo ocorrido em Vinhedo , na sexta-feira, 9 de agosto, os moradores do condomínio Residencial Recanto Florido estão retomando aos poucos a rotina de antes da tragédia . Dentro do residencial ainda há movimentação na área em que o avião ATR-72 caiu. Uma máquina trabalha na remoção dos escombros e ainda há a presença de membros da ANAC e da Polícia Científica para, caso algum material genético for encontrado no local, o trabalho precisa ser paralisado para a recolha por parte da polícia.
Durante todo o dia, moradores entravam e saíam, vans escolares, entregadores de mercadorias diversas, curiosos e alguns representantes da imprensa se faziam presentes em frente ao condomínio que se tornou cenário do maior acidente aéreo do país desde 2007. Pessoas continuam passando e deixando suas homenagens no memorial que foi criado. Nessa manhã, além de flores, uma boneca apareceu em meio aos vasos e ramalhetes de flores.
Silvia Bongiovanni, conselheira da Associação de Moradores do Residencial Recanto Florido, área onde estão os destroços está bloqueada e coberta com uma lona. De acordo com ela, a ideia é organizar um ato ecumênico em homenagem às vítimas em data a ser definida no mês de setembro.
Destroços de avião da Voepass serão levados, em um primeiro momento, para Ribeirão Preto junto com objetos das vítimas. Essas peças são partes que não se fazem necessárias para a investigação do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). Esse trabalho não tem um prazo determinado para ser finalizado, e segundo informações da empresa, após processo de limpeza, os destroços ficarão armazenados até que os familiares das 62 vítimas desse trágico acidente aéreo sejam indenizados.
Identificação das vítimas
Enquanto isso, uma força-tarefa do Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo está prestes a finalizar a identificação dos corpos. Nesta quarta-feira, 14 de agosto, 60 das 62 vítimas já foram identificadas até a publicação dessa matéria. De acordo com os peritos, todos morreram na queda do avião por politraumatismo. Os outros seis corpos não identificados ainda não têm prazo para terminar os trabalhos de reconhecimento. Há a possibilidade de que quatro deles sejam submetidos a exames de DNA para que comparar seus materiais genéticos com os de parentes.
A Superintendência da Polícia Técnico-Científica informou que 15 corpos foram identificados por radiografias odontológicas; 37 mortos pela impressão digital e 4 foram identificados utilizando os dois métodos.