Tragédia aérea em Vinhedo completou um ano no dia 9 de agosto
Foto: Pedro H. Lopes
Tragédia aérea em Vinhedo completou um ano no dia 9 de agosto

O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da equipe de fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo (SRTE-SP), concluiu que a Voepass descumpriu regras de jornada e descanso de tripulantes antes do acidente aéreo de 9 de agosto de 2024, em Vinhedo, que matou 62 pessoas. A auditoria constatou que comandante e copiloto trabalharam além do permitido e sem os períodos de pausa previstos em lei, o que pode ter provocado fadiga e contribuído para a queda do voo 2283.

A investigação analisou escalas de serviço entre maio e agosto de 2024, incluindo registros de hotéis e transportes utilizados pela equipe. O objetivo foi verificar se havia condições de cansaço capazes de prejudicar reflexos e atenção da tripulação.

Segundo o relatório, foram identificadas falhas graves no controle de jornadas, descumprimento da Lei dos Aeronautas e violações da Convenção Coletiva voltada à prevenção da fadiga.

Fadiga e risco à segurança

O MTE ressalta que a fadiga tem reflexos diretos no desempenho dos aeronautas, reduzindo a atenção e a capacidade de resposta durante o voo.

A análise apontou que jornadas acima do limite e descanso insuficiente criam um ambiente de risco incompatível com a atividade aérea, considerada altamente técnica e de alta responsabilidade.

Além do caráter técnico, o relatório destacou que a apuração faz parte do sistema federal de inspeção do trabalho, já que se trata de acidente laboral envolvendo quatro tripulantes em atividade.

O levantamento busca não apenas responsabilizações administrativas, mas também medidas preventivas para evitar que falhas semelhantes se repitam em futuras operações aéreas.







Autos de infração e notificações

Com base na auditoria, a Voepass recebeu dez autos de infração, que podem resultar em multas de cerca de R$ 730 mil.

A empresa também foi notificada por não recolher mais de R$ 1 milhão em FGTS de seus empregados.

De acordo com a Voepass “somente o Relatório Final do CENIPA poderá apontar, de forma conclusiva, as causas do acidente”.


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