A Polícia Civil apreendeu em flagrante, na manhã desta quarta-feira (17), em Vinhedo, um adolescente de 15 anos por armazenar e compartilhar imagens de abuso sexual infantil nas redes sociais. A ação foi conduzida pelo 6º Distrito Policial de Campinas, com apoio da Delegacia de Vinhedo, após informações repassadas pela Polícia Federal.
De acordo com a Polícia Civil, o jovem foi identificado a partir de um relatório elaborado pelo National Center for Missing and Exploited Children (NCMEC), entidade norte-americana que atua no combate à exploração infantil. O documento apontava envio e recebimento de arquivos ilegais a partir de um endereço de rede localizado em Vinhedo.
Busca e apreensão
Com base no relatório, a Justiça expediu mandado de busca e apreensão. Durante o cumprimento da ordem judicial, os policiais localizaram dois celulares pertencentes ao adolescente.
Os aparelhos foram analisados na presença da mãe do jovem e com acompanhamento do Conselho Tutelar.
Nos dispositivos, foram encontradas centenas de fotos e vídeos de abusos, além de conversas indicando compartilhamento do material com terceiros por meio do aplicativo Telegram.
Confissão e histórico
Segundo o delegado Elton Prado Martins da Costa, responsável pela investigação, o adolescente confessou a prática.
“A família ficou tão perplexa quanto nós. O indivíduo confessou a prática do crime, deu detalhes da forma como ele conseguia esses arquivos”, afirmou.
Ainda de acordo com Costa, o adolescente tinha contato com esse tipo de conteúdo desde os 12 anos.
“Desde quando ele já tinha 12 ou 13 anos, ele passou a ter acesso a esse tipo de conteúdo e desde então, reiteradamente, ele vem tendo contato com tudo isso. Já algumas vezes ele teve suas contas bloqueadas, mas mesmo assim continuou nessa prática”, explicou.
Flagrante e medidas legais
O jovem foi apreendido em flagrante por ato infracional análogo ao crime previsto no artigo 241-D do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que trata do armazenamento e compartilhamento de material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes. Ele foi levado à Delegacia de Vinhedo para as medidas legais cabíveis.
O delegado classificou o caso como incomum. “É uma situação muito atípica, porque, via de regra, são pessoas um pouco mais velhas que, usualmente, nós encontramos nessa situação. Além disso, demanda ali um conhecimento técnico um pouco maior para você conseguir ter acesso a esses sites”, concluiu.