Abordagem ortomolecular ajuda a prevenir o Alzheimer precoce

Dra. Vera Lúcia explica como a ortomolecular pode ajudar a prevenir a doença

Com informação, exames e um plano preventivo é possível retardar ou evitar o avanço da doença
Foto: Imagem: Reprodução/ Divulgação
Com informação, exames e um plano preventivo é possível retardar ou evitar o avanço da doença

Popularizado pelo filme Para Sempre Alice, que rendeu o Oscar a Julianne Moore, o Alzheimer precoce deixou de ser uma condição rara . Cada vez mais frequente entre adultos na faixa dos 40 e 50 anos , o diagnóstico impacta profundamente a rotina, o trabalho e os vínculos sociais . Segundo a Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz), entre 5% e 10% dos casos da doença surgem antes dos 60 anos — o que pode representar até 120 mil brasileiros convivendo com o quadro em idade ativa .

Diante desse cenário, abordagens integrativas como a terapia ortomolecular vêm ganhando espaço por sua proposta de atuação preventiva e individualizada. Em entrevista ao Portal iG Vinhedo, a terapeuta ortomolecular Dra. Vera Lúcia, sócia da clínica Vida+ Odontologia Avançada e Estética, detalha os sinais de alerta do Alzheimer precoce, os fatores que podem desencadear o quadro e as possibilidades de prevenção por meio da regulação bioquímica do organismo.

Quais são os primeiros sinais que podem indicar um Alzheimer precoce

Esquecimentos frequentes, dificuldade para resolver tarefas simples, repetir perguntas, desorientar-se em lugares conhecidos e mudanças de humor ou personalidade. Esses sintomas muitas vezes são confundidos com estresse ou burnout, o que atrasa o diagnóstico.

O que diferencia o Alzheimer precoce do tradicional?

A principal diferença está na idade: o Alzheimer precoce costuma se manifestar antes dos 60 anos, às vezes até na faixa dos 40. Isso impacta diretamente a vida profissional e familiar do paciente. Além disso, os fatores causais podem ser mais ligados a desregulações metabólicas e inflamatórias do que apenas à idade avançada.

A senhora afirma que o Alzheimer não começa no cérebro. Pode explicar?

Sim. O cérebro é afetado por desequilíbrios que começam no corpo: inflamações crônicas, carência de nutrientes, disfunções hormonais. Esses gatilhos silenciosos comprometem a saúde neurológica ao longo do tempo. É por isso que uma abordagem sistêmica é essencial.

“O Alzheimer precoce não é sentença. Quanto mais cedo agirmos, maiores as chances de manter a lucidez e a qualidade de vida. A prevenção começa muito antes do esquecimento”, Dra. Vera Lúcia
Foto: FOTO: Arquivo Pessoal
“O Alzheimer precoce não é sentença. Quanto mais cedo agirmos, maiores as chances de manter a lucidez e a qualidade de vida. A prevenção começa muito antes do esquecimento”, Dra. Vera Lúcia


Como a terapia ortomolecular atua na prevenção do Alzheimer?

Ela busca reequilibrar o organismo com a reposição e o ajuste de vitaminas, minerais, aminoácidos e antioxidantes. Esses elementos combatem o estresse oxidativo, que é um dos principais vilões da saúde cerebral.

Quais nutrientes são fundamentais para o bom funcionamento do cérebro?

Vitaminas do complexo B, ômega-3, magnésio, zinco, selênio, antioxidantes naturais. A falta deles compromete diretamente a cognição. Nós analisamos exames detalhados para montar protocolos personalizados de prevenção ou apoio ao tratamento.


Existe relação entre alimentação e Alzheimer?

Sim, e muita. O consumo excessivo de açúcar e carboidratos refinados favorece inflamações no organismo e compromete a nutrição cerebral. Estudos apontam até a existência da “diabetes tipo 3”, uma resistência à insulina no cérebro, como fator de risco.

Em que idade é indicado buscar uma avaliação ortomolecular?

Recomendo que adultos com histórico familiar comecem a investigar a partir dos 35 anos. Quanto mais cedo agirmos, maiores as chances de manter a lucidez e a qualidade de vida.

Há hábitos simples que ajudam na prevenção?

Sim. Dormir bem, praticar atividades físicas, manter o cérebro ativo com leitura e novos aprendizados, e fazer check-ups periódicos. A prevenção começa muito antes dos primeiros esquecimentos.

O Alzheimer precoce pode ser evitado?

Nem todos os casos, mas é possível retardar ou evitar o avanço da doença em muitas situações. Com informação, exames e um plano preventivo, conseguimos preservar a saúde cognitiva por mais tempo.