Com 3.652 vagas para 32 órgãos da administração pública federal, o certame tem inscrições abertas entre os dias 2 e 20 de julho
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Com 3.652 vagas para 32 órgãos da administração pública federal, o certame tem inscrições abertas entre os dias 2 e 20 de julho

O edital da segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado(CPNU) foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União nesta segunda-feira (30). Com 3.652 vagas para 32 órgãos da administração pública federal, o certame está com inscrições abertas entre os dias 2 e 20 de julho. A taxa é de R$ 70, com isenção garantida a candidatos do CadÚnico, doadores de medula óssea e beneficiários do Fies ou do ProUni.

As oportunidades estão organizadas em nove blocos temáticos e divididas entre cargos de nível superior (3.144 vagas) e de nível intermediário (508). Do total, 1.172 vagas serão de provimento a curto prazo. As provas ocorrerão em 228 municípios de todas as unidades da federação.

A segunda edição do CPNU traz mudanças estruturais em relação ao modelo anterior. A principal inovação está no fortalecimento das ações afirmativas e na ampliação das exigências de formação e preparo, com impacto direto no perfil dos candidatos.

Desigualdade social e ensino superior no foco do CPNU

Para Vicente Augusto, professor do curso de Gestão Pública da Wyden — instituição da qual a Unimetrocamp faz parte —, em entrevista ao Portal iG Vinhedo  "a democratização do acesso à carreira pública passa necessariamente pelo fortalecimento da educação superior e técnica". Ele aponta que o CPNU se consolida como uma porta de entrada para jovens de baixa renda em busca de estabilidade e ascensão social.

Segundo levantamento analisado pelo docente, 35,84% dos candidatos a concursos públicos têm renda familiar entre 1 e 3 salários-mínimos, enquanto 13,5% vivem com menos de um salário-mínimo.

“Esses números revelam o desafio estrutural enfrentado por quem sonha com o serviço público. A maioria trabalha, estuda e tenta vencer a falta de oportunidades com muito esforço”, afirma.

Ainda de acordo com os dados, 61,67% dos concurseiros já estão empregados e buscam recolocação, enquanto 38,33% estão desempregados.

Muitos já atuam no funcionalismo público em cargos temporários ou administrativos, enquanto outros buscam o primeiro emprego estável.

“A interiorização do ensino superior cumpre papel estratégico nesse contexto. O CPNU, por ser nacional, ganha potência ao se articular com instituições que formam alunos em polos de difícil acesso, inclusive por meio do ensino a distância”, diz Vicente.

Projetos práticos desenvolvidos na Wyden, como “Pílulas Práticas de Perícia” e “Minha carreira na Perícia”, também são apontados como diferenciais.

“A proposta é unir teoria à prática desde o início da graduação, preparando os estudantes para concursos e para uma atuação pública com impacto social positivo.”

Ações afirmativas ganham força no CPNU 2

O novo CPNU incorpora a Lei nº 14.723/2023 (Nova Lei de Cotas) e amplia o alcance das ações afirmativas. Ao todo, 35% das vagas serão reservadas para grupos historicamente sub-representados:

- 25% para pessoas pretas e pardas
- 3% para indígenas
- 2% para quilombolas
- 5% para pessoas com deficiência

Além dos percentuais, os procedimentos de verificação foram reformulados. As entrevistas para confirmação de autodeclaração serão gravadas e conduzidas por bancas com formação diversa e qualificação em direitos humanos.

Para garantir o preenchimento das cotas, serão convocados até três vezes mais candidatos do que o número de vagas reservadas.

Uma novidade importante é a garantia de paridade de gênero na segunda fase. Se menos de 50% das candidatas mulheres forem classificadas na prova objetiva, a convocação será estendida para incluir mais mulheres até que haja equilíbrio entre os gêneros na etapa discursiva. Isso não retira vagas de outros concorrentes, apenas amplia a participação feminina.

Provas em duas fases e medidas de segurança ampliadas

As provas objetivas serão aplicadas no dia 5 de outubro de 2025. Para cargos de nível superior, o exame terá 90 questões e duração de cinco horas. Para nível intermediário, serão 68 questões em três horas e meia. Já a prova discursiva será no dia 7 de dezembro.

Todos os cartões de resposta e redações contarão com código de barras individual, garantindo o anonimato na correção. Serão mantidos os procedimentos de biometria, assinatura manual e exame grafológico, além de fiscalização com apoio de forças de segurança federal e estaduais.

A classificação será definida a partir da Nota Final Ponderada, que soma os seguintes critérios:

- Nota da prova objetiva
- Nota da prova discursiva
- Avaliação de títulos (quando exigida)
- Outras etapas, como procedimentos de cotas, investigação social, prova oral e defesa de memorial, serão aplicadas conforme o cargo. Cargos específicos também exigirão curso de formação, com confirmação obrigatória de interesse por parte do candidato aprovado.


Distribuição regional das vagas e calendário oficial

O CPNU 2 contempla todas as regiões do país, com maior concentração de vagas no Distrito Federal (2.089). As demais oportunidades estão distribuídas da seguinte forma:

Sudeste: 814
Nordeste: 165
Norte: 135
Sul: 54
Centro-Oeste (exceto DF): 4
Flexível (conforme necessidade): 391

Cronograma resumido

Inscrições: 2 a 20/7/2025
Solicitação de isenção: 2 a 8/7
Prova objetiva: 5/10/2025
Resultado da objetiva: 12/11
Envio de títulos: 13 a 19/11
Prova discursiva: 7/12
Confirmação de cotas: 30/11 a 8/12
Divulgação da primeira lista: 30/1/2026

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