
A tuberculose segue como um grave problema de saúde pública no Brasil . De acordo com o Ministério da Saúde , mais de 84 mil novos casos foram registrados em 2023, e o país mantém uma média de seis mil óbitos anuais provocados pela doença. Para o médico infectologista Dr. André Giglio Bueno, coordenador da Infectologia da Santa Casa de Vinhedo , uma das chaves para conter o avanço da tuberculose está na identificação precoce dos chamados sintomáticos respiratórios.
“O tratamento é longo, dura no mínimo seis meses, e o uso de quatro medicamentos combinados pode gerar efeitos colaterais. Isso dificulta a adesão do paciente, especialmente entre pessoas em situação de vulnerabilidade, que são as mais afetadas pela doença”, explica o especialista.
Ambientes fechados favorecem a disseminação da doença
Dados do Ministério da Saúde mostram ainda que 69% dos infectados são homens, majoritariamente negros ou pardos. A transmissão ocorre de forma silenciosa. “A pessoa dissemina os bacilos na fala e na respiração. As partículas saem da boca como uma ‘fumaça invisível’. Quando o ambiente é mal ventilado e há aglomeração, o risco aumenta — como é o caso da população carcerária”, destaca Dr. André.
Segundo ele, o primeiro passo para conter o contágio é investigar pacientes com tosse persistente por mais de três semanas, associada a sintomas como febre, emagrecimento e falta de apetite. Após o diagnóstico, a Vigilância Epidemiológica e as Unidades Básicas de Saúde realizam a busca ativa dos contactantes — pessoas que convivem com o infectado em casa ou no trabalho.
Dr. André também ressalta que a vacina BCG, aplicada ainda na infância, não impede todos os casos de tuberculose, mas ajuda a reduzir o risco das formas mais graves da doença.