
O cenário da obesidade feminina no Brasil apresenta um crescimento preocupante, com projeções indicando que quase metade da população adulta poderá estar obesa até 2044. Dados recentes revelam que a taxa de obesidade feminina mais que dobrou desde 1990, tornando-se um desafio crítico para a saúde pública.
A ginecologista e nutróloga Dra. Flávia Mambrini explica que fatores hormonais, especialmente durante a menopausa, desempenham um papel significativo nesse aumento.
A redução do estrogênio desacelera o metabolismo, favorecendo o acúmulo de gordura e a perda de massa muscular. A obesidade é uma doença crônica e multifatorial, exigindo uma abordagem abrangente para o tratamento.

"Não se trata apenas de alimentação e exercícios", afirma a Dra. Mambrini. "É essencial uma avaliação médica detalhada, com exames laboratoriais, para identificar as causas específicas do ganho de peso e determinar a melhor abordagem para cada paciente."
Além das mudanças de hábitos, o acesso a tratamentos eficazes é crucial. A inclusão de medicamentos como liraglutida e sibutramina no Sistema Único de Saúde (SUS) tem sido debatida para ampliar o tratamento da obesidade no país.
No Dia Mundial da Obesidade, celebrado em 4 de março, o alerta é claro: a prevenção e o tratamento da obesidade feminina são essenciais para garantir a qualidade de vida e reduzir o risco de doenças associadas, como diabetes, hipertensão e problemas cardiovasculares.
Informações adicionais
Dados estatísticos:
Segundo o IBGE, a proporção de mulheres obesas com mais de 20 anos no Brasil passou de 14,5% em 2003 para 30,2% em 2019.
A prevalência de excesso de peso em mulheres é maior em todas as faixas etárias, exceto entre 25 e 30 anos.
Medicamentos:
A liraglutida é um medicamento injetável que ajuda a controlar o apetite e a promover a perda de peso.
A sibutramina é um medicamento oral que age no sistema nervoso central, reduzindo o apetite e aumentando a saciedade.
É importante ressaltar que o uso de medicamentos para obesidade deve ser sempre acompanhado por um médico, devido aos possíveis efeitos colaterais.