Vinhedo receberá um repasse de R$ 407,8 mil do governo de São Paulo para intensificar o combate à dengue. O valor integra os R$ 25,5 milhões destinados às prefeituras da região de Campinas, parte de uma ação estadual mais ampla no enfrentamento da epidemia. O repasse faz parte do Incentivo à Gestão Municipal (IGM) do Sistema Único de Saúde (SUS) e visa auxiliar as cidades na intensificação das ações de controle e eliminação de focos do mosquito Aedes aegypti, principal transmissor da doença.
A medida ocorre em um cenário de alerta, devido à circulação do sorotipo 3 do vírus da dengue, que preocupa as autoridades sanitárias. Nos primeiros dias de 2025, o número de casos no estado de São Paulo superou as estatísticas do ano anterior, com um aumento de 51% nos casos confirmados. O sorotipo 3, que começou a se espalhar no final de 2024, agrava a situação e exige uma resposta rápida das prefeituras, incluindo a de Vinhedo, que já iniciou campanhas de conscientização e inspeções para combater a proliferação do mosquito.
Em todo o estado, o repasse estadual soma R$ 228 milhões e será distribuído entre os 645 municípios paulistas. O valor destinado a Vinhedo reforça o compromisso do município com as ações de saúde pública, que incluem mutirões de limpeza, vistorias e o incentivo à participação da população nas estratégias de prevenção.
A chegada do sorotipo 3 do vírus da dengue intensifica as preocupações de especialistas, como a epidemiologista Regiane de Paula, que alerta para a necessidade de vigilância contínua. O aumento de casos em diversas regiões do estado exige uma resposta coordenada e eficiente para evitar uma epidemia generalizada.
Vinhedo, que já conta com uma infraestrutura de saúde pública comprometida no combate a arboviroses, agora dispõe de recursos adicionais para enfrentar este desafio. A colaboração entre a gestão pública e a população será fundamental para garantir a eficácia das medidas e prevenir novos surtos.
Brasil enfrenta novo desafio contra a dengue com o sorotipo 3
O Brasil vive uma nova onda de preocupação com a dengue em 2025, após ter registrado, no ano passado, a maior epidemia de sua história, com mais de 6,6 milhões de casos prováveis e mais de 6 mil mortes. Neste ano, o país contabilizou até o momento mais de 101 mil casos prováveis da doença e 15 mortes confirmadas, conforme dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses. No mesmo período de 2024, o número de casos era mais do que o dobro: 203 mil.
Especialistas alertam para o risco do sorotipo 3 da dengue, que circula com força no país. Esse novo sorotipo pode resultar em infecções mais graves, especialmente em pessoas que já foram infectadas anteriormente.
O combate à dengue, como lembram as autoridades, depende da atuação conjunta de governo, profissionais de saúde e da sociedade. A principal medida preventiva continua sendo o controle dos criadouros do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Ações de pulverização, o uso de inseticidas e larvicidas, além do método Wolbachia — que reduz a capacidade de transmissão dos mosquitos — são algumas das iniciativas adotadas para diminuir a proliferação do vetor.
No entanto, a prevenção não é suficiente sem a conscientização da população. É fundamental que os cidadãos vedem reservatórios de água, eliminem objetos que possam acumular água e utilizem repelentes em áreas com alta transmissão. O combate à dengue é uma responsabilidade compartilhada e o engajamento de todos é essencial.
O sistema de saúde, por sua vez, precisa estar estruturado para atender aos casos da doença. Profissionais de saúde devem estar preparados para identificar os sintomas da dengue e oferecer o tratamento adequado o mais rápido possível. A dengue é uma doença tratável, mas o atendimento precoce é fundamental para evitar mortes.
Em relação aos sintomas, a forma mais grave da doença é a que preocupa. Pacientes devem ficar atentos a sinais de alerta como dor abdominal intensa, vômitos persistentes, acúmulo de líquidos e sangramentos. A rapidez no diagnóstico e no tratamento pode salvar vidas.
O Brasil segue em alerta, com o desafio de controlar o avanço da doença e, sobretudo, prevenir complicações graves, reforçando a necessidade de um esforço contínuo de prevenção, atendimento e educação em saúde.