A Defesa Civil ou Proteção Civil é o conjunto de ações preventivas, de socorro, assistenciais e reconstrutivas destinadas a evitar ou minimizar os desastres naturais e os incidentes tecnológicos, preservar a moral da população e restabelecer a normalidade social. A Defesa Civil Municipal de Vinhedo foi criada pela Lei Complementar nº 90/2010 e está ligada à Secretaria Municipal de Transportes e Defesa Social. Sua equipe atua na articulação, coordenação e no planejamento de defesa civil no município, especialmente nas atividades e nas ações de respostas a desastres e reconstrução.
O portal iG Vinhedo conversou com o diretor da Defesa Civil de Vinhedo, Maurício Barone, para saber o que tem sido feito no município durante essa fase crítica de estiagem que toma conta de várias regiões do Brasil, as consequências e quais medidas estão sendo tomadas para enfrentar esse problema.
De acordo com Barone, “esse foi o outuno/inverno mais seco dos últimos 75 anos no Brasil, estamos com um aumento médio de aproximadamente 5º Celsius se comparamos com os últimos anos”. Em 01 de maio foi instituída a Operação Estiagem, que trabalha com a prevenção de ocorrências relativas à baixa umidade do ar, pois com a diminuição das chuvas e da umidade do ar e o aumento das temperaturas a saúde das pessoas são afetadas, assim como há a diminuição na oferta de água nos rios, córregos e lençóis freáticos, prejudicando na distribuição de água para a população.
“Na madrugada do dia 4 de outubro choveu 9 milímetros, apesar de ser insignificante para as bacias hídricas é importante para aumentar a umidade e a qualidade do ar”, alerta Barone. Ainda, segundo ele, está ocorrendo uma mudança na sazonalidade das chuvas “antes elas eram espalhadas durante todo o ano, agora isso está mudando. Temos um levantamento que mostra que nos últimos dez anos tem chovido mais nos meses do verão (entre dezembro e março), ficamos cerca de até 7 meses sem chuvas significativas”.
As mudanças climáticas são alterações provocadas nos padrões climáticos a longo prazo com base nas alternâncias meteorológicas, nas condições do tempo observadas por um período. Elas podem ser causadas por processos naturais e pela ação do homem. “A água potável representa apenas 3% de toda a água que a gente tem no mundo, desses, 1% se encontra no Brasil. Essa quantidade de água ela não muda, ela é parte de um ciclo, por isso é importante educarmos as pessoas para um consumo consciente”, explica o diretor.
Situação de Emergência
No dia 20 de maio de 2024, foi decretado situação de emergência no abastecimento de água para mitigar os problemas decorrentes do período de seca e falta de chuvas. O Decreto nº 170, disponível no site da Sanebavi (Saneamento Básico Vinhedo), autoriza diversas medidas, incluindo:
- Utilização de poços, reservações e represamentos privados, urbanos ou rurais para abastecimento e armazenamento de água, enquanto persistir a estiagem.
- Suspende a emissão de diretrizes para novos empreendimentos e suas respectivas aprovações de plantas e projetos, mesmo para os que já estejam em andamento.
- Permitir que a Sanebavi adote todas as medidas necessárias para garantir a segurança hídrica da cidade, com contratação de empresas especializadas, compra de materiais e serviços, implementação de campanhas de conscientização, realização de obras emergenciais, monitoramento constante dos níveis dos reservatórios e adoção de medidas de racionamento e controle de consumo.
- Aplicação de multas para quem desperdiçar água, com valores iniciais de R$ 663,00 e duplicação do valor em caso de reincidência. A multa é aplicável a ações como regar gramados e jardins, manter torneiras abertas ou ligadas, e lavar calçadas ou veículos.
- Cria a comissão de gestão de crise hídrica formada por representantes de secretarias municipais e da autarquia para acompanhar as ações anunciadas.
“Estamos pensando em um novo decreto por escassez para mitigar os problemas, pois, se chover a média do previsto não será suficiente para o próximo ano. Os valores de escassez atuais são piores que os valores de 2014”, alerta Maurício.
O problema com abastecimento é apenas um dos problemas que a estiagem causa, nos últimos meses o Brasil foi tomado por queimadas em diversas regiões. “Com os incêndios, o ar quente impede que a massa de ar frio chegue até a Amazônia, e ao invés de acontecer o ciclo da chuva, a fumaça é carregada por todo o país”, explica.
Com o objetivo de evitar as queimadas, em 12 de setembro de 2024 a prefeitura de Vinhedo assinou o Decreto 342, que dispõe sobre a proibição da realização de queimadas e/ou fogo controlado em todas as áreas com cobertura vegetal no Município de Vinhedo. “Mesmo já existindo uma lei que proíbe fogo seja para queima de lixo ou para limpeza, o decreto é para qualquer tipo de fogo” finaliza. De acordo com informações do Corpo de Bombeiros foram registrados 146 focos de incêndio em Vinhedo no ano de 2024.
Cuidados com o calor extremo:
Preste atenção a idosos, crianças, doentes crônicos e grávidas, que tendem a ficar desidratados mais rapidamente;
Procure não passar muitas horas sem se alimentar, mesmo se sentir menos fome, mantendo uma alimentação saudável com frutas, verduras e alimentos leves;
Hidrate-se! Não substitua água por bebidas alcoólicas;
Faça refeições leves e frias mais vezes ao dia;
Prefira ambientes arejados e evite aglomerações;
Proteja-se do sol com chapéu, óculos escuros, roupas leves e protetor solar;
Use soro fisiológico nos olhos e narinas;
Não faça exercícios físicos em horários com maior incidência de radiação ultravioleta do sol, das 11h às 17h;
Evite a exposição excessiva ao sol, pois pode causar mal-estar e insolação.