
O setor de beleza e estética vem ganhando protagonismo em cidades como Vinhedo, Valinhos e Louveira, onde o avanço do empreendedorismo tem sido guiado, sobretudo, pelo desejo de autonomia e pela identificação com a atividade. Pesquisa do Sebrae-SP, realizada com profissionais do segmento, indica que a decisão de abrir o próprio negócio está mais associada à paixão pela área e ao anseio de independência do que à necessidade imediata de renda. O levantamento revela ainda o tamanho da presença desses empreendedores na Região Metropolitana de Campinas (RMC), incluindo os 765 Microempreendedores Individuais (MEIs) de Vinhedo, 1.162 de Valinhos e 419 de Louveira.
Motivações vão além da renda
A análise mostra que 26% dos entrevistados deram início ao empreendimento movidos pela vontade de transformar uma aptidão ou interesse particular em serviço profissional.
Outros 22% afirmaram ter identificado uma boa oportunidade de negócio, enquanto 20% buscaram liberdade para gerir o próprio tempo. Apenas 18% disseram ter recorrido ao empreendedorismo para complementar a renda ou sobreviver financeiramente.
Em média, o investimento inicial feito pelos profissionais foi de R$ 4.905,68. Antes de abrir o próprio negócio, 54% tinham emprego formal, o que aponta para uma migração significativa de trabalhadores que deixaram vínculos tradicionais para apostar na carreira independente.
Vinhedo, Valinhos e Louveira ampliam participação
A Região de Campinas concentra 25.582 Microempreendedores Individuais em atividade no setor.
Vinhedo registra 550 MEIs no segmento de cabeleireiros, manicure e pedicure, e 215 voltados a atividades de estética e cuidados pessoais.
Em Valinhos, os números são ainda mais expressivos: 831 e 331, respectivamente.
Louveira mantém 318 profissionais no primeiro grupo e 101 no segundo.
Esses dados revelam que a presença de salões, espaços de estética e atendimentos domiciliares continua em expansão, acompanhando o movimento estadual de crescimento do setor.
Negócios recentes dominam o mercado
Outro ponto destacado pelo levantamento é o tempo de atuação. Segundo o Sebrae-SP, 42% dos estabelecimentos têm entre um e três anos, o que confirma a predominância de empreendimentos jovens.
O local de funcionamento também varia: salas comerciais abrigam 28% dos negócios; lojas de rua, 27%; e a própria casa do empreendedor, 23%.
Para além da prestação de serviços, a venda de produtos é parte essencial da receita. Entre os que comercializam itens, 78% afirmam que cerca de 26% do faturamento vem dessa atividade.
Marketing digital é prioridade
A pesquisa aponta que a estratégia mais usada para atrair clientes é a divulgação nas redes sociais, citada por 87% dos entrevistados.
O Instagram lidera como plataforma preferida (79%), seguido de Facebook (53%) e TikTok (35%).
Promoções e descontos são adotados por 59% dos negócios, e o tradicional boca a boca permanece relevante para 50% deles.
“O levantamento indica um movimento de profissionalização crescente. O empreendedor da beleza busca autonomia e realização pessoal, mas também entende que precisa se atualizar constantemente para se manter competitivo”, afirma o consultor do Sebrae-SP Pedro João Gonçalves.
Busca por capacitação cresce
O estudo mostra ainda que 58% têm interesse em aprimorar conhecimentos em marketing digital. Gestão financeira (48%) e inovação e tendências (44%) também aparecem entre as áreas mais procuradas.
A busca por cursos de formação e especialização acompanha a expansão do setor e reforça a necessidade de atualização contínua para atender clientes cada vez mais exigentes.
Tendências regionais e perspectivas
Em cidades como Vinhedo, Valinhos e Louveira, esse cenário vem acompanhado da abertura de novos espaços, diversificação de serviços e formação de nichos, de atendimentos veganos a procedimentos avançados de estética facial e corporal.
A tendência é que o setor continue crescendo, impulsionado pelo interesse dos consumidores e pela disposição dos profissionais em investir em qualificação e marketing.
O segmento de beleza e estética mantém boas perspectivas para os próximos anos. A combinação entre vocação, autonomia e formação específica tende a fortalecer o mercado, ampliando oportunidades tanto para quem empreende quanto para quem busca serviços especializados.