
Valinhos confirmou nesta terça-feira (2) a primeira morte por febre maculosa em 2025 . A vítima é um homem de 56 anos, morador do Jardim Nova Espírito Santo, que morreu em 6 de agosto após apresentar sintomas da doença . A causa foi confirmada pelo Instituto Adolfo Lutz, em 26 de agosto.
De acordo com a Secretaria da Saúde, os primeiros sinais surgiram no dia 2 de agosto. O paciente chegou a utilizar antibióticos previstos no protocolo de tratamento, mas o quadro evoluiu rapidamente, e ele não resistiu.
Locais de risco investigados
A Divisão de Vigilância em Zoonoses investiga onde ocorreu a picada do carrapato-estrela, transmissor da doença. O homem havia realizado serviços de roçada em dois pontos: próximo à sua residência, no Jardim Nova Espírito Santo, e no bairro do Lopes, em 27 de julho.
Essa segunda área, situada às margens da Rodovia Dom Pedro, é classificada como de risco e já registrou casos confirmados de febre maculosa em anos anteriores.
Placas de alerta estão espalhadas por diversos trechos.
Na semana passada, equipes de zoonoses vistoriaram a região para orientar moradores e frequentadores.
Medidas adotadas pela prefeitura
Segundo a administração municipal, a sinalização em áreas de risco está sendo reforçada com placas atualizadas, que agora trazem QR code com informações completas sobre a doença.
Em maio, a Divisão de Zoonoses passou por capacitação específica e, desde então, realiza visitas domiciliares com orientações à população.
No dia 4 de agosto, a Vigilância em Zoonoses emitiu alerta público sobre os riscos da febre maculosa. Poucos dias depois, em 7 de agosto, médicos das unidades básicas de saúde, UPA e Santa Casa participaram de treinamento voltado para identificação precoce de sintomas e sinais de alerta.
Sobre a doença
A febre maculosa é causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida pelo carrapato-estrela (Amblyomma sculptum).
O risco de contaminação aumenta entre maio e outubro, quando a fase jovem do parasita, conhecida como micuim ou vermelhinho, é mais ativa.
Capivaras e cavalos são hospedeiros comuns do carrapato. Embora não desenvolvam a doença, servem como fonte de infecção para os parasitas, que podem transmiti-la aos humanos.
Para que ocorra a transmissão, o carrapato infectado precisa permanecer aderido à pele por pelo menos quatro horas — tempo necessário para que a bactéria seja introduzida no organismo.
Não há risco de transmissão de uma pessoa para outra.
Os sintomas costumam aparecer entre dois e 14 dias após a picada. Entre os mais comuns estão febre alta, dor de cabeça, náusea, vômito, dor abdominal e manchas vermelhas em pulsos e tornozelos, que podem se espalhar para mãos e pés.
A semelhança com outras doenças, como dengue, pode atrasar o diagnóstico e aumentar o risco de morte se o tratamento não for iniciado rapidamente.
Como se prevenir
- Evite áreas de mata e vegetação sem proteção adequada;
- Use roupas claras, de mangas compridas e calças por dentro do calçado;
- Passe fita adesiva entre o calçado e a barra da calça para aumentar a - proteção;
- Aplique repelente também sobre as roupas;
- Realize buscas no corpo a cada duas horas, especialmente em pernas, coxas e braços;
- Após visitar áreas verdes, faça inspeção cuidadosa no corpo e roupas;
- Em caso de sintomas, procure imediatamente atendimento médico e informe exposição em área de risco.