Valinhos intensifica capacitação contra anafilaxia nas UBSs

Reações alérgicas graves já somam mais de 1,3 mil casos em 2025; treinamento abordou também acidentes com animais peçonhentos

Anafilaxia é uma reação alérgica aguda, potencialmente fatal
Foto: Foto: Prefeitura de Valinhos/ Divulgação
Anafilaxia é uma reação alérgica aguda, potencialmente fatal

Com o aumento expressivo de diagnósticos de anafilaxia em 2025, a Secretaria de Saúde de Valinhos promoveu um treinamento voltado a profissionais de unidades básicas e do Departamento de Odontologia para reforçar a identificação precoce e o atendimento de emergência. A capacitação, conduzida pelo enfermeiro do SAMU Glauco Ceranto, reuniu equipes das UBSs dos bairros Parque Portugal, Macuco, Reforma Agrária e Jardim São Bento do Recreio, além de servidores da Vigilância em Zoonoses.

A anafilaxia é uma reação alérgica aguda, potencialmente fatal, desencadeada comumente por medicamentos, alimentos, picadas de insetos ou contato com animais peçonhentos. Segundo a Saúde de Valinhos, entre janeiro e junho deste ano foram registrados 1.330 casos, sendo 959 em crianças e 317 em adultos.

Em todo o ano de 2024, foram notificados 1.017 casos — o que indica tendência de alta e reforça a necessidade de atualização constante das equipes.

Sinais de alerta nem sempre são visíveis

Durante o encontro, Glauco Ceranto apresentou o protocolo de atendimento utilizado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e destacou sintomas menos óbvios que devem acionar o alerta dos profissionais.

“Muitos associam a crise alérgica a placas vermelhas na pele, mas ela pode se manifestar com rouquidão repentina, falta de ar, náuseas, queda de pressão e até sensação iminente de morte. Por isso, principalmente as equipes da atenção primária precisam estar bem preparadas para agir com rapidez e precisão”, explicou o enfermeiro.

Além da teoria, os participantes simularam atendimentos de urgência com foco em primeiros socorros, estabilização da vítima e acionamento da rede de apoio. O objetivo é garantir que os sinais de anafilaxia sejam reconhecidos mesmo quando não forem visíveis de imediato.

Risco também vem de animais peçonhentos

A capacitação também contou com a presença do médico-veterinário Felipe Piato, da Vigilância em Zoonoses. Ele abordou os riscos das picadas de animais peçonhentos como escorpiões, cobras, aranhas e lagartas.

Entre 2023 e 2025, o município registrou 24 ocorrências com abelhas e duas com marimbondos que resultaram em reações graves. Casos com escorpiões também preocupam, sobretudo pela facilidade de adaptação desses animais ao ambiente urbano.

“O avanço dos escorpiões em áreas urbanas, por não terem predadores naturais, exige vigilância permanente. A orientação é que qualquer ocorrência com animais peçonhentos seja tratada como urgência”, afirmou Piato.


Atendimento rápido pode salvar vidas

Em situações de anafilaxia ou acidentes com animais peçonhentos, a recomendação é procurar imediatamente a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou hospital mais próximo.

O protocolo inclui lavar o local da picada com água e sabão, manter a vítima em repouso e garantir transporte em ambulância, sobretudo no caso de crianças e idosos.

A UPA aciona o Hospital das Clínicas da Unicamp para orientações sobre soro e conduta específica para cada tipo de animal envolvido.

Dúvidas sobre acidentes com escorpiões, cobras ou insetos podem ser esclarecidas com a Vigilância em Zoonoses de Valinhos pelo telefone e WhatsApp (19) 3829-1252.