
Durante a sessão da Câmara desta segunda-feira (12), o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Vinhedo , Maurício Pixe Sanches, usou a Tribuna Livre para convocar os trabalhadores do funcionalismo à assembleia desta terça-feira (13), às 18h, na Praça Sant’Ana. A mobilização ocorre no contexto da campanha salarial de 2025 e pode resultar em paralisação ou greve.
Ao fazer uso da palavra, o sindicalista criticou a proposta da Prefeitura. Segundo ele, os salários estão defasados em ao menos 14%, reflexo da vigência da Lei Complementar 173, sancionada em 2020, que congelou aumentos e reajustes durante a pandemia.
“Gestão precisa priorizar o humano, não só o material”
Em sua fala, Maurício destacou o papel essencial dos servidores. “Somos nós que mantemos a cidade funcionando, sustentamos nossas famílias e cuidamos de todos os serviços públicos.” Ele também apontou que o problema é de gestão: O foco da administração precisa ser o ser humano, e não apenas o concreto.”
“Servidor está em deflação, cidade virou canteiro de obras”
Em entrevista ao portal iG Vinhedo, o presidente do sindicato reforçou as críticas à proposta da Prefeitura, classificada como “abaixo da inflação”. Segundo ele, o funcionalismo vive hoje uma deflação salarial, consequência direta da política de congelamento imposta pela Lei Complementar 173, sancionada durante a pandemia.
“Nossos salários estão defasados em ao menos 14%. O mínimo seria 10% de aumento e mesmo com uma inflação acumulada de 5,4% no último período, a proposta foi de apenas 3%. Isso é arrocho”, disse.
Maurício destacou que o movimento sindical está em plena campanha salarial, com foco na valorização da categoria, melhores benefícios e reconhecimento. “A cidade virou um canteiro de obras. A administração precisa reconhecer que sem servidor público não há serviço de qualidade.”
A assembleia marcada para esta terça-feira (13), às 18h, na Praça Sant’Ana, será determinante. “Lá vamos decidir o caminho que será seguido: paralisação por um ou dois dias ou mesmo uma greve. É hora de união e de luta por respeito”, finalizou.
Câmara Municipal: vereadores comentam proposta
A vereadora Nayla de Souza criticou a proposta da Prefeitura, considerada insuficiente frente ao cenário inflacionário. "Estamos falando de uma proposta abaixo da inflação e de um reajuste de apenas R$ 20 no cartão alimentação. Isso não é justo com os servidores. Se continuar nesse caminho, o impacto será grande", alertou.
Nayla também destacou o adoecimento de profissionais da saúde e educação, apontando a urgência de medidas estruturais. “É necessário ter banco de cargos e carreira. Precisamos ampliar o número de funcionários. Os servidores estão muito próximos da dor da população e não podem continuar sendo negligenciados.”
Ela reforçou a necessidade de avanço nas negociações para evitar um cenário de paralisações ou, em casos extremos, greve: “O momento exige diálogo para que a cidade não fique desestruturada nas próximas semanas ou meses.”
O vereador Malcon Mazzucato defendeu que a questão salarial precisa ser tratada com seriedade, respeitando os limites orçamentários. “Espero que se chegue a um consenso com essa campanha salarial. Existe uma dotação na administração pública, que é diferente de ter recurso financeiro disponível. É um assunto que tem de ser tratado com muita responsabilidade.”
Luiz Vieira ressaltou que a valorização dos servidores impacta diretamente na qualidade das políticas públicas. Para o vereador, é preciso “reconhecer e valorizar o servidor público para garantir que os serviços cheguem com qualidade à população. Investir em recursos humanos, com plano de carreira, remuneração adequada e bem-estar, é essencial para que o trabalho seja bem feito.”
Carlos Florentino utilizou o salário da Guarda Municipal como exemplo, destacando a importância da periculosidade na composição dos vencimentos. O vereador, que tem sua trajetória ligada à GCM, afirmou: “A Guarda tem um bom salário base, mas o que melhora é a periculosidade, já que colocam suas vidas em risco para proteger a população. Muitos dos benefícios conquistados vieram da nossa luta. Foi uma das secretarias que mais se mobilizou, foi para a porta da Prefeitura lutar por melhorias. É preciso coragem para buscar mais benefícios.”
Posicionamento da Prefeitura de Vinhedo
Em nota, a administração municipal informou que já realizou reuniões com o sindicato e reforçou os limites fiscais atuais. “Diante do cenário econômico atual e das restrições fiscais impostas, a proposta de reajuste de 3% representa um esforço da administração municipal em reconhecer o trabalho dos servidores, mantendo o equilíbrio das contas públicas e assegurando a sustentabilidade financeira do município.”