
Aos 49 anos, Isabel Cristina Leal, conhecida como Bell , divide sua rotina entre os plantões na UTI da Santa Casa de Vinhedo e os treinos intensivos de tênis de mesa . Natural de Volta Redonda (RJ), mudou-se para Vinhedo em 1992 e retomou a prática esportiva em 2023, encontrando no esporte uma ferramenta de superação pessoal . Em menos de um ano de competições, já conquistou 12 pódios e busca patrocínio para ampliar sua participação em torneios.
Como e quando você começou no tênis de mesa?
Sempre tive afinidade com o esporte e jogava na época da escola. Quando me mudei para Vinhedo procurei continuar, mas na época a modalidade era pouco estruturada na cidade e acabei deixando de lado. Em 2023, após o falecimento da minha mãe, iniciei terapia e fui incentivada a retomar um esporte que me trouxesse felicidade. Depois de pesquisar, entrei em contato com a equipe de Valinhos e comecei a treinar em julho daquele ano.
Em qual categoria você compete atualmente?
No tênis de mesa existem categorias de níveis técnicos, entre elas: A, B, C e D, sendo as duas primeiras para atletas mais experientes. Comecei na categoria Adulto D Feminino (ADF), em seis meses conquistei 12 pódios. Em 2024 passei a competir na categoria D e em 2025 iniciei na Absoluto C.
Quais foram os principais campeonatos que você já disputou?

Em São Paulo há diversos campeonatos organizados por clubes como Acrepa, Aceni, Team Mancini e Itupeva, além das ligas Nipo-Brasileira, Metropolitana, Digital, do Litoral e do Vale. Para disputar esses torneios é necessário estar filiada à Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM). A Liga Nipo-Brasileira é uma das competições mais importantes do estado, na primeira etapa de 2024 reuniu 784 atletas.
Você já subiu ao pódio 12 vezes, quais foram os mais importantes para você?
A Liga Nipo-Brasileira foi a competição que mais me impulsionou a me dedicar e buscar melhores resultados.
Como é sua rotina de treinos para se manter competitiva?
Treino três vezes por semana conciliando com os plantões noturnos no hospital.
Quais são os principais desafios que você enfrenta como atleta?
A falta de tempo devido ao trabalho e a ausência de patrocínio. Para evoluir no esporte é fundamental ter aulas individuais e direcionadas, o que exige investimento.
Você já tentou buscar apoio de empresas ou do poder público?
Sim, enviei propostas para diversas empresas, embora tenha recebido respostas positivas, a maioria prefere patrocinar equipes, não atletas individuais.
Como tem sido essa experiência?
Como muitos campeonatos acontecem longe da nossa região, sem apoio financeiro é difícil participar de todas as competições que desejo, o que impacta diretamente na minha evolução no esporte.
Qual foi o momento mais marcante da sua trajetória no esporte até agora?
Todas as vitórias são importantes para mim, mas o mais significativo foi iniciar um esporte aos 48 anos, o que me trouxe felicidade, saúde física e mental.
Quais são seus objetivos e sonhos no tênis de mesa?
Conseguir patrocínio para continuar evoluindo e um dia, representar o Brasil internacionalmente dentro da minha categoria.